A cada dia que se passa
Vou ficando mais cansado
Velho, feio e enrugado
Passando as tardes sentando no banco da praça
Meus cabelos estão velhos
Minha cabeça careca de pés tremidos no chão
Tomando até remédio de pressão
Meus dias estão contados
Vem chegando minha morte
Mas quem sabe me salve a sorte
Márcia
Em
tuas garras
A
todo o momento
O
seu cheiro exalta
Porque
trás o vento
Em
tuas graças
És
tu cheia de polidez
Porque
foi assim que Deus te fez
Explicito
foi o beijo
Que
de ti almejei
Inolvidável
quando eu acordei
Estava
eu sonhando
Nos
teus lindos “uns braços”
Você
cantava
Por
mim apaixonada
É...
Não mentem as cartas
Nas
garras de umas gatas
Atraquei-me
quando sonhei
Que
engraçado
Fiz
isto quando te almejei
Então
eu vou
Para
o meu finito
Pegar
quem sabe o meu trem
E
minha mala também
Eu
nem diria ser isto um dom
Mas
quem sabe uma prática
Para
quem sabe algum tom
Enfim...
Estou
indo atracado
Nestes
teus lindos “uns braços”
Nestas
tuas Balizas garras
É
você dentre estas utópicas gatas
Aqui
no meu finito
No
meu mundo distinto
É
apenas Márcia
Nas
sombras das Acácias
O rio corola
O
rio passa
Do
outro lado da ponte
O
rio deságua
Lá
onde o seu afluente se esconde
O
rio vasa
Pelos
caminhos terrestres
Na
aurora
Quando
nada ainda se mexe
O
rio corola
Passa
na rua onde eu moro
Nunca
eu pensei
E
até hoje
Foi
o primeiro dia que me alegrei
Porque
hoje eu transformei
O
amor em pesadelo
E
flor em mau cheiro
Tive
até a sensação de por um momento
Está
em terra santa
Agora
eu sei
Estou
ainda drogado
Caminhado
e mancando
É...
Hoje eu transformei tudo no achaque
Que
sensação infernal
Mas
ainda me sinto sob este meado feliz
Ainda
neste momento crucial
Isso
foi tudo que eu fiz
Já disse adeus
Já
disse adeus
Para
várias coisas
Para
muitas paixões
Vários
amores
E emoções
Já
tentei esquecer
Que
amo você
Já
tentei parar
De
tentar te querer
Já
tentei dizer-te adeus
Mas
é impossível
Neste
momento sensível
Esquecer
os olhos seus
Já
até fiz chorar
Meu
coração
Para
tentar te conquistar.
Mas
o que eu faço
Para
tentar te beijar?
Menina...
Esqueço
o tempo e o destino
Esqueço
a distância e a hora
Mas
não esqueço sua analogia amorosa
Para
você não digo adeus
Mas
para muitas coisas supérfluas
Só
você que não consigo
Esquecer
os olhos seus
Meus avós
Meu
avô se senta na cadeira
Fala
sobre coisas antigas
Quando
ainda estudava sentado na carteira
E
começa a falar sobre sua vida
Fala
quando trabalhava no desterro
Tinha
o cargo de fiscal
Ganhava
o seu salário em cruzeiro
E
nesse tempo ele era o tal
Fala
quando ia ao cinema
Acompanhado
de sua mulher
Quando
ainda escrevia poema
E
visitava o cabaré
Lembra
quando morava em Guimarães
Lembra
das suas irmãs
Quando
jogava bola...
Gritava:
olha o gol... No campinho
Hoje
só fala baixinho
Lembra-se
do seu pai José
Homem
sério e comunista
Da
sua mãe Joaquina
Mulher
calma e tranquila
Hoje
meu avô anda com o seu rádio para lá e para cá
Não
perde um jogo do moto clube
Entretanto
quase não consegue respirar
Vejo
netos que desprezam o seu avô
E
não gostam deles tagarelar
E
isso me dar uma dor
Pois
eu aprecio...
Quando
o meu tem uma história para contar
Se
eu chegar nessa idade
E
conversar com o meu neto
Lembrar-me-ei
da minha mocidade
Contarei
a minha história
Que
no meu tempo já não existia palmatória
No
tempo do meu avô... Esse era tempo bom
Viveram
grandes romancistas
Hoje...
Apenas humoristas
Viveram
grandes escritores
Enquanto
hoje... Apenas inspiradores
E
como dizia meu avô...
Bem
aventurados os que gostam dos seus avós
E
não se incomodam com a sua velhice
Bem
aventurados aqueles que gostam de seus netos
E
não se incomodam com as suas tolices
Fiama
Olhos pretos e maquiados
Vestes de futuras bípedes
Pensamentos asnos dos próprios fatos
Emotiva nas expressões faciais
Do racismo, vem o receio
Dos povos de antigamente
Malvados, brutos e comunistas loucamente
Caminhando em antigos vilarejos
Hoje em túmulos achatados
Leva o amor com almejos
Escondidos em seus segredos procurados
Ela, Fiama
Leva consigo a vontade ardente
De ficar com o cara que ela ama
Olhos pretos e maquiados
Vestes de futuras bípedes
Pensamentos asnos dos próprios fatos
Emotiva nas expressões faciais
Do racismo, vem o receio
Dos povos de antigamente
Malvados, brutos e comunistas loucamente
Caminhando em antigos vilarejos
Hoje em túmulos achatados
Leva o amor com almejos
Escondidos em seus segredos procurados
Ela, Fiama
Leva consigo a vontade ardente
De ficar com o cara que ela ama
Vida Sagaz
Até ser moleque
tinha o sonho de voar
quando Dumont!
Levou o “14 bis” ao ar
Quando jovem
Almejei ser rei do rock
Mas Presley
Pôr de parte o pop
Então, já adulto
Queria ser um astro pop star
E Michael, só me deixou a desejar
Fui crescendo, crescendo e crescendo
cheguei aos 40
plantei batata
que praga!
As pragas me tiraram essa graça
Fiquei velho
queria só descansar
mas H1N1 queria me matar
Já doente e ''enganado'' por pouco tempo
quase morrendo!
Sonhei um sonho possível
de morrer em paz
deixar essa vida sagaz!
Até ser moleque
tinha o sonho de voar
quando Dumont!
Levou o “14 bis” ao ar
Quando jovem
Almejei ser rei do rock
Mas Presley
Pôr de parte o pop
Então, já adulto
Queria ser um astro pop star
E Michael, só me deixou a desejar
Fui crescendo, crescendo e crescendo
cheguei aos 40
plantei batata
que praga!
As pragas me tiraram essa graça
Fiquei velho
queria só descansar
mas H1N1 queria me matar
Já doente e ''enganado'' por pouco tempo
quase morrendo!
Sonhei um sonho possível
de morrer em paz
deixar essa vida sagaz!
M a r i a
Maria das Dores
Mão de calos e pés descalços
mãe quebradeira de coco
Mas uma alegria estampa seu rosto
Maria dos Remédios
Mãe de muitos filhos rebeldes
Feição cansada e de pele queimada
Ainda anda bem arrumada
Maria da Silva
Ainda lembra a mocidade
De manhã cedinho passando café
Senti saudade... Até do Pelé
Maria do Rosário
Sentada, no crepúsculo, jogando baralho
Conta piada antiga
Dos tempos que se escrevia cartilha
Maria Raimunda
Senhora de muito netos
Vende na feira arruda
Agora... Já anda meio surda
Maria Brandão
Mãe do prefeito da cidade
Tem por ele uma paixão
Desde os tempos de sua pouca idade
Maria da Conceição
Senhora de poucos dentes
E com problemas de coração
Não recebe visita nem de parentes
Maria do Brasil
Maria Brasileira
Onde já se viu?
Tanta Maria guerreira
Maria das Dores
Mão de calos e pés descalços
mãe quebradeira de coco
Mas uma alegria estampa seu rosto
Maria dos Remédios
Mãe de muitos filhos rebeldes
Feição cansada e de pele queimada
Ainda anda bem arrumada
Maria da Silva
Ainda lembra a mocidade
De manhã cedinho passando café
Senti saudade... Até do Pelé
Maria do Rosário
Sentada, no crepúsculo, jogando baralho
Conta piada antiga
Dos tempos que se escrevia cartilha
Maria Raimunda
Senhora de muito netos
Vende na feira arruda
Agora... Já anda meio surda
Maria Brandão
Mãe do prefeito da cidade
Tem por ele uma paixão
Desde os tempos de sua pouca idade
Maria da Conceição
Senhora de poucos dentes
E com problemas de coração
Não recebe visita nem de parentes
Maria do Brasil
Maria Brasileira
Onde já se viu?
Tanta Maria guerreira
Parabéns Escritor Armindo Buas!! Belíssimo trabalho...
ResponderExcluirObrigado! ;)
ExcluirParabéns, Armindo Buaes, pelos excelentes poemas.
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