Por
que somos todos tão dependentes? – Armindo Buaes
Você não estaria com este computador ou celular na mão se um
apinhado de profissionais como Engenheiros
de Telecomunicações, de Eletrônica, da Computação, Cientistas da Computação,
Analistas de Sistemas (Bacharéis em Sistemas de Informação), Designers, Físicos
e os teóricos (que criam uma nova forma de usar o celular: tirar fotos, usar
redes sociais, ler livros) não tivessem contribuindo até o
acabando final desse dispositivo para que você o comprasse na loja ou numa conveniência.
Você não estaria agora confortável, se o agricultor lá do interior não
plantasse legumes, frutas, hortaliças de modo em que indústrias comprassem para
repassar para comerciantes e assim encher a sua pança. Mas por que somos tão
dependentes? Isso sempre foi assim? E poderá algum dia ter seu enredo reescrito
e decomposto?
Nós somos os únicos animais racionais desta
terra, e os únicos altamente dependentes dos serviços prestados, capacidades e talentos
de outros seres humanos. E o maior exemplo dessa dependência, é o caos de uma
cidade ou de uma nação. Já imaginou o que aconteceria se serviços de
comunicação, transmissões de energias elétricas e de água e todos os satélites
colados em órbita da terra parrassem? Os danos causados seriam tão grandes que
mesmo em um curto período de tempo fora do ar, ao voltar dificilmente tornaria
as coisas normais sem que levassem horas, dias e semanas para restabelecer o
sistema. Os prejuízos poderiam ser fatais. O sistema como um todo é o principal
responsável por essa dependência que não nos damos conta o quão dependente nós
somos. Qualquer outro animal irracional não precisa de nenhum ser humano para
que possa viver e sobreviver em seu habitat natural. E por vezes, possuem um
sistema de organização mais eficaz e moderno que os nossos. Pode parecer
incoerente tal idealismo, mas precisamos aprender com os nossos compatriotas
irracionais. Aprender aquilo que nos tornará seres capazes de sobreviver num
mundo sem as massas de artifícios que nos cercam.
Existe um grande paradoxo no meio disso tudo.
Onde tecnologias e artes modernas que nos fazem simplificar e viver uma vida
com mais tempo, trazem prejuízos incontáveis se caso tais processos forem
perdidos. E ao mesmo tempo, diminui o nosso tempo de vida nesse belo planeta chamado terra. Do efeito estufa, por exemplo, originou-se o buraco na camada de
ozônio que, por conseguinte, a temperatura é maior a cada ano e mais quente vai
ficando. Toneladas de gás carbônico vindo de escapamentos de carros são jogados
no ar diariamente. Lixo e imundícies de rede de esgoto têm seus fins em rios e
lagos sem que passem por um tratamento para diminuir os impactos causados. E o
que fazemos diante desse quadro? Consumimos mais, mais, e mais.
O certo, é que tudo um dia acabará e se
fôssemos menos dependentes uns dos outros, tudo seria melhor. E viveríamos em
cidades erguidas entre grandes “jardins do Éden”.