A condição da liberdade – Armindo Buaes
Qual a condição da liberdade? Será que liberdade
significa sair por aí agindo e fazendo o que você quer, e sem sofrer as
consequências de seus atos? E será que todos nós somos livres, livres para
pensar e protestar, livres para expressar nossas ideias e julgamentos?
A condição da liberdade está diretamente
ligada às políticas culturais de cada lugar e às responsabilidades de seus
dotadores. O que pode ser livre num lugar, do outro lado do mundo pode ser
completamente inaceitável e condenável. Mas vejamos o significado de liberdade:
Se não trazemos danos e prejuízo num grupo ou no singular, a liberdade é o
livre arbítrio para agir por vontade própria. Ou seja, existe uma condição para
sermos livres. E liberdade é isso! Agir em reciprocidade com suas condições e
deveres enquanto cidadão, condenados a acatar as condições para gozar da
liberdade! Um detento, por exemplo, após deleitar-se da liberdade condicional,
tem direito de não cumprir toda a sua pena dentro da cadeia. Podendo
normalmente ter a sua vida social fora do presídio, e mesmo assim, se encaixa
no grupo de pessoas mofadoras da liberdade.
A liberdade é uma concessão dada para todos
os cidadãos. Que desde a homologação da lei Áurea em meados de 1800, os escravos
tornaram-se por fim, livres. Mas ainda assim, existem escravos. Só que dessa
vez não são capturados e obrigados pelos seus senhores à servi-los. Mas são
ludibriados e enganados pela mídia, escravizados por acreditar nas informações
manipuladas – Que para muitos, só dispõem desse recurso –, privados de seus
sonhos e almejos enquanto seres humanos. Muitos são escravos por que querem,
porque cada um tem o poder de fazer a diferença e trazer a mudança. Mas o medo,
o conformismo e a ideia de que está tudo bem comparado à outros núcleos,
acorrentam o escravos privando-os de suas liberdades.
A proposta dessa crônica é para você não
pensar como a maioria pensa. Acreditar que por detrás da cortina da grande
peça, rola corrupção e ladroagem no grande banquete dos poderosos. Que enquanto
você finge que está tudo bem e finge ser liberto, é sugado e impedido de tentar
pôr a “boca no trombone”. Seja livre para pensar por si mesmo e para fazer o
bem. Livre-se das correntes de fracasso, de acomodados, da disposição de
assentir-se com os estilos instituídos, da monotonia... E habitua-se numa vida
preocupada para que ninguém morra de fome, de frio e de sede nesse mundo tão
egocêntrico e hipócrita.
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