sexta-feira, 1 de maio de 2015

A condição da liberdade – Armindo Buaes

  
  Qual a condição da liberdade? Será que liberdade significa sair por aí agindo e fazendo o que você quer, e sem sofrer as consequências de seus atos? E será que todos nós somos livres, livres para pensar e protestar, livres para expressar nossas ideias e julgamentos?
  A condição da liberdade está diretamente ligada às políticas culturais de cada lugar e às responsabilidades de seus dotadores. O que pode ser livre num lugar, do outro lado do mundo pode ser completamente inaceitável e condenável. Mas vejamos o significado de liberdade: Se não trazemos danos e prejuízo num grupo ou no singular, a liberdade é o livre arbítrio para agir por vontade própria. Ou seja, existe uma condição para sermos livres. E liberdade é isso! Agir em reciprocidade com suas condições e deveres enquanto cidadão, condenados a acatar as condições para gozar da liberdade! Um detento, por exemplo, após deleitar-se da liberdade condicional, tem direito de não cumprir toda a sua pena dentro da cadeia. Podendo normalmente ter a sua vida social fora do presídio, e mesmo assim, se encaixa no grupo de pessoas mofadoras da liberdade.
  A liberdade é uma concessão dada para todos os cidadãos. Que desde a homologação da lei Áurea em meados de 1800, os escravos tornaram-se por fim, livres. Mas ainda assim, existem escravos. Só que dessa vez não são capturados e obrigados pelos seus senhores à servi-los. Mas são ludibriados e enganados pela mídia, escravizados por acreditar nas informações manipuladas – Que para muitos, só dispõem desse recurso –, privados de seus sonhos e almejos enquanto seres humanos. Muitos são escravos por que querem, porque cada um tem o poder de fazer a diferença e trazer a mudança. Mas o medo, o conformismo e a ideia de que está tudo bem comparado à outros núcleos, acorrentam o escravos privando-os de suas liberdades.
  A proposta dessa crônica é para você não pensar como a maioria pensa. Acreditar que por detrás da cortina da grande peça, rola corrupção e ladroagem no grande banquete dos poderosos. Que enquanto você finge que está tudo bem e finge ser liberto, é sugado e impedido de tentar pôr a “boca no trombone”. Seja livre para pensar por si mesmo e para fazer o bem. Livre-se das correntes de fracasso, de acomodados, da disposição de assentir-se com os estilos instituídos, da monotonia... E habitua-se numa vida preocupada para que ninguém morra de fome, de frio e de sede nesse mundo tão egocêntrico e hipócrita. 

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